1968: o sonho acabou??? É a pergunta que não quer calar 40 anos depois. Para tentar responder está pergunta a Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte promoveu de 28 à 30 de maio palestras e debates sobre o Movimento de 68. O objetivo é mostrar os jovens a força dos ideais desses jovens de 1968. Todos escutam falar deste movimento, mas muitos não sabem do que se trata e de sua real importância. E uma outra pergunta deve ser feita: O que restou destes ideais para os jovens de hoje?
Os jovens de hoje são totalmente livres, não sofrem com proibições. Tem o direito de ir e vir, pensar e principalmente de se expressar. Em 1968 os estudantes e trabalhadores se uniram e através de protestos e movimentos combateram as proibições morais, religiosas e econômicas que reprimiam os homens e principalmente as mulheres.
O cientista político e sociólogo Otávio Soares Dulci, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da PUC Minas, fez uma análise de 1968, do cenário político- econômico e do papel dos movimentos sociais naquela época e hoje.
"Foi o ano da livre experimentação de drogas, das garotas de minissaia, da pílula anticoncepcional, do movimento feminista e do assassinato de Martin Luther King. Foi um ano que, por seus excessos, marcou a humanidade. As utopias criadas em 68 podem não ter se realizado. Mas mudaram para sempre a forma como encaramos a vida. Quarenta anos depois, 68 continua enigmático, estranho e ambíguo como um adolescente em crise existencial.", afirmou Otávio.
Para o sociólogo a década de 60 foi muito importante, principalmente de 1968 no Brasil. "Em dezembro de 68 o país se tornou uma verdadeira ditadura até o ano de 1988, com a implantação do AI-5 pelo presidente Arthur Costa e Silva. Entre os anos de 64 e 68 houve uma implantação de uma democracia limitada", declarou.
O cientista político destacou que o movimento de 68 foi marcado também pelas greves. "Destaca-se a maior greve dos operários em Contagem, na empresa Belgo Mineira, seguido de várias outras companhias que aderiram às greves, estendendo até Osasco no Rio de janeiro", disse.
No final da palestra o sociólogo respondeu a principal pergunta: "O sonho acabou"? "Não, apenas mudamos a forma de lutar pelos nossos ideais, dentro de uma nova cultura!", finalizou.
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