“A batalha hoje é contra a ignorância e conhecimento. A política serve para manter este país nas trevas.”, afirma o jornalista-escrito Domingos Meireles, na palestra ministrada na abertura das comemorações do Centenário da Academia Mineira de Letras, na última quinta-feira à noite, dia 03 de abril.
O jornalista-escritor abriu o evento apresentando seu último livre: “1930 – órfãos da Revolução”, que foi lançado em dezembro de 2005 e está na terceira edição. Neste livro aprofundou a técnica já utilizada no primeiro livro. O fato é contado através do que os jornais reportaram na época. Depois, o jornalista narra o mesmo fato segundo perspectiva da política e como os policiais reproduziram aos seus chefes. Por último, o ponto de vista de políticos é apresentado. “É muito interessantes como cada lado conta uma história diferente.”, disse Domingos Meireles.
Além deste livro Meireles publicou em 1995 “As noites das grandes fogueiras”, inspirado na marcha revolucionária de Luís Carlos Prestes. Domingos Meireles trabalhava vendendo máquinas de escrever, até que resolveu trabalhar em um jornal para protestar contra o Golpe de Estado que instituiu no período de 24 anos de Ditadura Militar. Ao longo dos 21 anos de profissão ganhou alguns prêmios, tais como: Esso, edição especial Amazônia na Revista Realidades, em 1972, Wladimir Gerzog, em 1982 e 1992 e o Rei da Espanha de Televisão, em 1993.
O jornalista apresenta hoje o programa Linha Direta na Rede Globo, mas antes de ingressar na Globo, trabalhou no Estado de São Paulo, no antigo Jornal da Tarde e no Sites Brasileiro de Televisão – SBT, mas por causa de uma previsão de sua taróloga, voltou à TV Globo. Ficou “encostado” cerca de 2 anos na Globo, antes de começar a apresentar o Linha Direta e durante este período escreveu o seu segundo livro. Ao longo dos anos de profissão, Meireles diz que a imparcialidade é conto da carochinha e que os jornais têm interesses bem determinados. “As grandes batalhas são travadas dentro da redação. Repórter para sobreviver, em que ser um combatente.”, afirma o jornalista.
No que se refere ao jornalismo, Meireles diz que o curso de jornalismo não é qualificado e por isso, também não qualifica o estudante para a atividade. Por isso, indica, além de muita leitura, o desenvolvimento de outras capacidades: a escrita e a computação gráfica. “Acho os cursos muito ruins porque são ocupados por jornalistas que se formam e não conseguem entrar no mercado. Então, fazem um mestrado e começam a lecionar. Além disso, as faculdades estão virando cursos técnicos. “ finaliza Domingos Meireles.
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